sábado, 24 de setembro de 2011

Revoluções por Minuto


Em 1976 nascia um novo marco da música brasileira, uma banda de surgimento "acidental" que seguia quase que fielmente o lema "sexo, drogas e rock'n roll". Letras censuradas, envolvimento com a polícia, fim e volta de um estilo de som marcaram o conjunto de rock RPM que prometia fazer uma mudança musical no país, e fez.
Formada a partir da ideia de que é possível existir rock com letras brasileiras, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e P.A. se juntaram com o intuito de levar a música para os jovens e mostrar a energia que o rock possibilita. "Revoluções por minuto" e "louras geladas" foram as que mais estouraram na época, junto com "olhar 43" e "Alvorada Voraz". Com o primeiro show oficial sendo realizado no morro da Urca em março de 85, o grupo RPM contava apenas com 16 pagantes e muita chuva. Não sabiam eles que, pouco tempo depois, haveriam fãs enlouquecidas que correriam atrás deles, fazendo assim, com que aqueles jovens se sentissem somo os Beatles. O grupo teve a ajuda de Ney Matogrosso que despertou neles o desejo da ousadia nas atitudes, transformando-os assim em homens com um ego fortíssimo.
A fama e a procura das fãs os incentivou ao uso das drogas, excesso de álcool e mulheres. A banda que em pouco tempo conquistou muito estava a ponto de terminar, pois, segundo os próprios integrantes, o envolvimento com as drogas prejudicou não só os shows mas, também, a relação entre eles. No programa "Por toda minha vida" apresentado pela Globo, o vocalista Paulo Ricardo afirma que foi preso por ser pego com drogas. Alcolizados e com a banda já "morta", no meio de uma discussão, o RPM foi dado por acabado, o botão "game over" tinha sido apertado e chegava o fim de um sonho.
Hoje, o RPM voltou a ativa com suas letras já não mais censuradas, sem envolvimento com drogas e bebidas, e muito mais maduros, mais uma vez fazem uma revolução pois disponibiliza suas músicas e até a própria capa do CD para download, afinal, "ele não é um inimigo e nem um instrumento usado apenas para a pirataria". Uma banda revolucionária que marcou a história da música e voltou nos dias de hoje mostrando que o rock é, além de uma batida forte, um meio de expressar tudo o que é vivido num país que sofre muitas revoluções por minuto.


"Toquem o meu coração / Façam a revolução" (RPM)

domingo, 11 de setembro de 2011

Por uma gramática melhor e mais fácil


A escrita de um país é a maior riqueza existente. A língua portuguesa é o nosso bem mais precioso e não podemos desvalorizá-lo, que é o que acontece quando permitimos que a gramática errada seja dada como certa. Um dos livros escolares aceito pelo MEC traz "formas" gramaticais errôneas que "devem" ser utilizadas em alguns casos para evitar o "constrangimento" de quem fala de tal modo.
Nossos valores passam a ser perdidos e a polêmica das normas cultas atinge não só o estudante, mas também, todo e qualquer cidadão brasileiro. Num ponto de vista um tanto quanto lógico, se quem fala "erado" passará a falar gramaticalmente correto, quem fala com o uso das normas cultas estará, na verdade, cometendo erros e mais erros. Não seria, aí então, mais um caso de constrangimento?
Pagar por uma educação, por um professore, por uma aula, para aprender a falar e  a escrever de um jeito que todos nós sabemos, não é só um desperdício de dinheiro, é se negar a cultivar o padrão da língua portuguesa e, talvez, até a própria língua em si por um motivo absurdo.
Não saber usar as palavras de forma correta não é vergonha quando se tem a oportunidade de aprender e as escolas estão aí para ensinar. O livro "por uma vida melhor" é a prova viva disso não é? Ou será que de acordo com a gramática de tal apostila deveria se falar "as prova viva"?
Quem de fato aprendeu os nomes da língua portuguesa ficará constrangido sim ao ver que quando falava errado, na verdade, "falava certo". Nenhum país vai em frente quando não existe uma regra, quando não existe uma padronização especialmente na língua oficial do mesmo. O livro "por uma vida melhor" deveria ser, talvez, "pro uma gramática melhor e mais fácil".

"A gramática, a mesma árida gramática, transforma-se em algo parecido a uma feitiçaria evocática; as palavras  ressuscitam revestidas de carne e osso, o substantivo, em sua majestade substancial, o adjetivo, roupa transparente que o veste e dá cor como um verniz, e o verbo, anjo do movimento que dá impulso à frase." (Charles Baudelaire)

domingo, 4 de setembro de 2011

Poema para um anônimo


Pelo visto me admiras
e eu não faço ideia de quem és
Imagino tuas cinas
mas não te vejo da cabeça aos pés


Queria eu poder entender
o que se passa pela tua mente
por me pedir um poema
sem dizer quem és decentemente


Espero que um dia te reveles
pra que acabe a minha curiosidade
de querer saber quem és


Por favor, saia do anonimato
Deves ser tímido, ou engraçado,
o que eu sei é que tu lê o Profundamente Na Mente
de fato