Em 1976 nascia um novo marco da música brasileira, uma banda de surgimento "acidental" que seguia quase que fielmente o lema "sexo, drogas e rock'n roll". Letras censuradas, envolvimento com a polícia, fim e volta de um estilo de som marcaram o conjunto de rock RPM que prometia fazer uma mudança musical no país, e fez.
Formada a partir da ideia de que é possível existir rock com letras brasileiras, Paulo Ricardo, Luiz Schiavon, Fernando Deluqui e P.A. se juntaram com o intuito de levar a música para os jovens e mostrar a energia que o rock possibilita. "Revoluções por minuto" e "louras geladas" foram as que mais estouraram na época, junto com "olhar 43" e "Alvorada Voraz". Com o primeiro show oficial sendo realizado no morro da Urca em março de 85, o grupo RPM contava apenas com 16 pagantes e muita chuva. Não sabiam eles que, pouco tempo depois, haveriam fãs enlouquecidas que correriam atrás deles, fazendo assim, com que aqueles jovens se sentissem somo os Beatles. O grupo teve a ajuda de Ney Matogrosso que despertou neles o desejo da ousadia nas atitudes, transformando-os assim em homens com um ego fortíssimo.
A fama e a procura das fãs os incentivou ao uso das drogas, excesso de álcool e mulheres. A banda que em pouco tempo conquistou muito estava a ponto de terminar, pois, segundo os próprios integrantes, o envolvimento com as drogas prejudicou não só os shows mas, também, a relação entre eles. No programa "Por toda minha vida" apresentado pela Globo, o vocalista Paulo Ricardo afirma que foi preso por ser pego com drogas. Alcolizados e com a banda já "morta", no meio de uma discussão, o RPM foi dado por acabado, o botão "game over" tinha sido apertado e chegava o fim de um sonho.
Hoje, o RPM voltou a ativa com suas letras já não mais censuradas, sem envolvimento com drogas e bebidas, e muito mais maduros, mais uma vez fazem uma revolução pois disponibiliza suas músicas e até a própria capa do CD para download, afinal, "ele não é um inimigo e nem um instrumento usado apenas para a pirataria". Uma banda revolucionária que marcou a história da música e voltou nos dias de hoje mostrando que o rock é, além de uma batida forte, um meio de expressar tudo o que é vivido num país que sofre muitas revoluções por minuto.
"Toquem o meu coração / Façam a revolução" (RPM)