
“Estava eu lá, parada no meu canto, até que você passou por mim e nossos olhares se cruzaram. Coisa tão estranha que senti, um frio na barriga, um palpitar nunca imaginado anteriormente, era como se tudo se congelasse. Aquele simples olhar olhando os meus me desmoronou e me gelou e ao mesmo tempo me queimou ... Era como uma chama ardente que na mesma fração de segundo que me fazia vibrar por viver aquilo me deixava totalmente sem ação, parecia que estava perdida, congelada, como se tivesse paralisada e, de fato, estava paralisada. Sabia seu nome umas coisas a mais, mas não te conhecia o suficiente pra entender logo de imediato o que você tinha para fazer com que eu passasse tudo aquilo naquele mínimo tempo que ocorreu enquanto nossos olhares se cruzaram. Tão estranho ver que assim que você deu dois passos todo aquele misturado de emoções havia passado mas o que mais me intrigou é que mesmo depois de você seguir a diante sem olhar pra mim eu ainda me sentia como se envolvida em uma música suave, em uma calma, uma paz que não fazia ideia de onde tinha tirado. Aquela imagem se repetia na mente, a imagem em que seus olhos brilhantes e, posso até dizer, inocentes olharam os meus que de uma hora para outra passaram a olhar os seus com um desejo, um desejo inevitável e inexplicável, pelo menos, no momento em que você olhou pra mim. Cada vez que isso tudo me vinha à lembrança os sentimentos retornavam e eu não conseguir controlar. Passei a desejar arduamente para que tudo se repetisse, para que você me olhasse de novo, não entendo o porque, mas aquele monte de emoções complicadas que senti na primeira vez que nossos olhares se cruzaram me fazia bem, me deixava calma, me tornava uma mulher segura. Um tempo depois tentei fugir, tentei esquecer, mas descubro que o que me fez sentir tudo aquilo não era mais um mistério. Era amor.”
"A amizade sempre termina em amor, mas amor em amizade - nunca." (Charles Caleb Colton)